quarta-feira, 29 de abril de 2020

Por que conhecer o Museu da Memória e dos Direitos Humanos do Chile



O Museu da Memória e dos Direitos Humanos do Chile foi inaugurado em 2010 pela então presidente do país, Michelle Bachelet, e seu projeto arquitetônico é de um escritório de São Paulo. Com uma arquitetura moderna e bonita (talvez para dar uma leveza ao lugar, dados os temas que aborda), em seus espaços estão guardados registros das violações a direitos humanos ocorridas no Chile entre os anos de 1973 e 1990.

A ideia de criar o museu se deu para tentar levar o conhecimento do que aconteceu no país nestes que falo acima, reivindicar a dignidade das vítimas, contribuir para a construção de uma sociedade sustentada nos valores da tolerância, da solidariedade, do respeito à diversidade, e impulsionar iniciativas educativas que convidem ao conhecimento e à reflexão.



Apesar de ter foco nas terras andinas, logo na entrada do museu, um grande painel fotográfico formando o mapa mundi chama atenção para as violações em várias parte do globo. Claro que, infelizmente, por nossa história, o Brasil está presente. Esse painel faz parte do setor chamado “Derechos Humanos, desafío universal”, que, a partir das comissões de justiça e verdade de cada país, lista as principais problemáticas das nações.

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Sua exposição permite que, por meio de objetos, documentos e arquivos em diferentes suportes e formatos, e uma inovadora proposta visual e sonora, conheçamos parte desta história: o golpe de Estado, a repressão dos anos posteriores, a resistência, o exílio, a solidariedade internacional, as políticas de reparação.



O patrimônio de seus arquivos conta com testemunhos orais e escritos, documentos jurídicos, cartas, relatos, produção literária, material jornalísticos, longa-metragens, material histórico e fotografias documentais.

A exposição permanente ocupa dois andares do imponente prédio. Há materiais mostrando os acontecimentos logo após o golpe militar de 11 de setembro, e é possível assistir ao vídeo do bombardeio ao Palacio de La Moneda (sede da Presidência chilena) e ouvir o último discurso do presidente Salvador Allende, que foi deposto pelo golpe. Também é possível ler cartas de pessoas detidas pelo regime aos seus familiares, antes de desaparecerem ou serem mortas.

Foto não tão boa, mas com uma forte mensagem escrita por uma criança: eu tenho medo da morte
No andar acima,  existe um setor dedicado a mostrar a dor das crianças durante o regime militar. Nesse espaço, uma carta escrita por uma criança para a senhora Lucia Hiriat, esposa do General Augusto Pinochet, que ocupou o governo neste período, é especialmente tocante. Na carta, a criança perguntava onde estavam seus avós, pois como se aproximava o dia dos avós, ela queria dar um abraço neles. Os olhos marejam só de lembrar!

Esse museu é o lugar mais triste que já visitei, mas sua importância é indiscutível. Ele reserva algo muito mais valioso que o turismo: a história que não deve ser esquecida para não ser repetida!


COMO CHEGAR AO MUSEU

O Museu da Memória e dos Direitos Humanos do Chile fica na Avenina Matucana, 501, Quinta Normal - Santiago. Ele faz parte do complexo de museu ao redor do famoso Parque Quinta Normal, e é bem fácil de chegar. Basta pegar o metrô e descer na estação Quinta Normal – Linha 5 – Verde.

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Com entrada gratuita, o Museu da Memória e dos Direitos Humanos do Chile é um ótimo lugar para visitar. Para quem não entende bem o espanhol, o lugar disponibiliza um audioguia em português, um aparelho parecido com um telefone celular, com o qual o visitante pode ir escutando as explicações ao percorrer o museu. Isso tem um custo de 2 mil pesos.

Assim como outros museus, esse funciona de terça a domingo, das 10h às 18h. Nos meses de janeiro e fevereiro, das 10 às 20h. Nos feriados de 1º de janeiro, 1º de maio, 18 e 19 de setembro e 25 de dezembro, o museu está fechado.


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